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VITAMINA D3 VS EXCESSO DE PESO

Poderá o excesso de peso comprometer a absorção da vitamina D3 pelo organismo?

Segundo um estudo, publicado no JAMA Network Open, envolvendo um universo de mais de 25.000 participantes, ficou demonstrado que os benefícios da suplementação com vitamina D dependem do Índice de Massa Corporal. Vamos então entender porque deverão ser administradas doses superiores desta vitamina a pessoas com excesso de peso.

Está mais que comprovada a importância da vitamina D3 na manutenção de ossos, músculos e dentes saudáveis, bem como de todo o sistema imunitário. É portanto compreensível que muitas pessoas recorram à suplementação desta vitamina ao longo do ano e principalmente agora no inverno. Todavia, as pessoas com excesso de peso parecem não beneficiar tanto da suplementação, quanto as pessoas com peso normal. Foi esta uma das conclusões de um novo estudo americano1.

Este estudo recorreu a 25.871 americanos, homens e mulheres, de meia-idade e mais velhos, sendo administrado placebo vs vitamina D3.

Através da recolha de amostras de sangue foi possível realizar o doseamento sérico da vitamina D3, bem como dos seus biomarcadores, sendo que estes fornecem os dados acerca da forma como este nutriente é metabolizado no organismo humano.

Excesso de peso = doses mais elevadas

Ao comparar o grupo de pessoas com peso normal (IMC inferior a 25) com o grupo que tinha excesso de peso, observaram uma grande diferença. As pessoas com excesso de peso não tiveram os mesmos benefícios para a saúde que as pessoas com peso normal, mesmo tomando uma dose igual de vitamina D.

Com base neste estudo e em investigações anteriores, os cientistas admitem que as pessoas com excesso de peso precisam de uma dose mais elevada de vitamina D para que o nutriente seja benéfico. Revelaram ainda que estas observações podem ajudar a explicar por que razão alguns estudos não conseguiram demonstrar eficácia.

Fonte:
1 Association of Body Weight With Response to Vitamin D Supplementation and Metabolism JAMA Netw Open. 2023;6(1):e2250681. doi:10.1001/jamanetworkopen.2022.50681 

SUGESTÃO:

Vitamina D3

A vitamina D3 é um tipo de vitamina D encontrada em alimentos como ovos, leite e peixes, além de ser produzido na pele através da exposição aos raios ultravioletas do sol, sendo responsável por equilibrar os níveis de cálcio e fósforo no sangue, mantendo a saúde dos ossos e dentes.

Além disso, a vitamina D3, ou colecalciferol, também possui efeito imunomodulador e neuromuscular, ajudando a fortalecer o sistema imunológico, melhorar a força e o equilíbrio.

No entanto, em situações como baixa ingestão de alimentos fonte de vitamina D, pouca exposição à luz do sol ou problemas de saúde como osteoporose e doença de Crohn, o uso deste suplemento pode ser indicado por um médico ou nutricionista.

Dra. Ângela Araújo
Técnica de Farmácia

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Proteína whey. Consumir ou não consumir? Eis a questão!

A proteína whey é um suplemento nutricional amplamente consumido, conhecido por aumentar a força e a massa muscular durante regimes de treino de resistência1. É um suplemento composto por proteínas solúveis do soro de leite e os seus benefícios estão bem descritos na literatura2.

Foram realizados estudos para comparar grupos de atletas de treino de alta resistência, suplementados com proteína whey com grupos de atletas suplementados com placebo, a fim de entender se a suplementação com proteína whey pode ser uma estratégia nutricional eficaz para restaurar a perda aguda da função contráctil que ocorre após um treino de resistência extenuante1.Quando se pratica exercício, os músculos sofrem micro lesões e, para se recuperarem, necessitam de uma dieta com grande teor de proteína.

Os suplementos de soro do leite são fundamentais para quem adota uma dieta com baixo teor de hidratos de carbono, uma vez que entregam os nutrientes certos e sem calorias desnecessárias. Embora apenas metade dos estudos individuais tenham relatado os efeitos benéficos da proteína whey, as evidências de alta qualidade retiradas dos ensaios, mostraram produzir efeitos positivos globais para a restauração temporal da função contrátil em comparação com o grupo de controlo, entre 24 a 96 horas após o treino1. Estando provado o benefício do consumo deste suplemento é importante referir que este deve ser consumido por atletas de alta resistência, sob supervisão de um profissional de saúde, uma vez que o seu consumo indiscriminado e prolongado, pode causar alterações danosas no fígado e rins2,.

Assim interessa distinguir os tipos de proteína comercializados:

ISOLADO, CONCENTRADO OU HIDROISOLADO DE PROTEÍNA DO SORO DE LEITE

PROTEÍNA DO SORO DE LEITE (WHEY):

Cerca de 20% do whey, é proteína do soro do leite. Este é um produto derivado do queijo e é bastante procurado pelos atletas hoje em dia, uma vez que tem um excelente valor biológico e possui também um elevado teor de BCAA. No entanto, por defeito possui um baixo teor de glutamina e arginina (se o produto não tiver adição das mesmas).

PROTEÍNA DE SORO DO LEITE CONCENTRADA:

Esta é a forma de proteína de soro do leite mais consumida. É mais fácil de produzir uma vez que não necessita de processos de filtração, no entanto, contém um pouco mais de gordura, açúcar e lactose. O teor de proteína nos produtos em pó, é em média superior a 70% e este tipo de proteína é ideal para tomar após o treino ou de manhã. Sendo este tipo, um suplemento de digestão difícil, pode causar inchaço abdominal, gases, indigestão e cólica intestinal. Para minimizar estes efeitos, aconselha-se o consumo acompanhado de enzima lactase, junto com proteína whey concentrada. Os indivíduos com intolerância à lactose que têm receio de consumir proteína whey podem também optar por proteína de origem vegetal.

ISOLADO DE PROTEÍNA DO SORO DE LEITE :

É uma das fontes proteicas obtidas de aminoácidos complexos de absorção mais rápida e eficaz, porque o isolado de proteína contém uma cadeia de aminoácidos curta, por isso é absorvido mais rapidamente do que as de absorção lenta. A caseína e as claras de ovos são fontes proteicas de absorção lenta, por isso recomenda-se tomar estes alimentos em alturas diferentes, e não necessariamente após o treino. Este tipo de proteína é útil não só porque é absorvido muito rapidamente, mas também porque é um isolado puro e geralmente não contém lactose (desde que se faça a mistura com água… mas de qualquer maneira, não iríamos misturar com mais nada, certo?

Há que mencionar também sobre o valor biológico ou a taxa de utilização da proteína do soro do leite. O valor nutricional dos ovos é de 100, mas a proteína do soro do leite pode chegar até a 150. O valor biológico das proteínas derivadas de plantas é significativamente mais baixo. A proteína em pó pronta a consumir contém um teor proteico acima dos 80%.

PROTEÍNA DO SORO DE LEITE HIDROLISADA :

Quando a cadeia proteica é pré-digerida, é decomposta em peptídeos. Os peptídeos são digeridos mais facilmente e têm uma taxa de absorção mais rápida, no entanto, o seu teor proteico é mais ou menos o mesmo do que os produtos com base na WPI. O material básico é a lactose, mas a proteína concentrada possui um valor menor.

CONSUMO DE PROTEÍNA WHEY NO IDOSO:

Não foram encontrados benefícios da toma regular de proteína whey, no que respeita ao ganho de massa muscular, em idosos sedentários3, pelo que embora possa ser consumida pontualmente para reforço da massa muscular, só fará sentido se for acompanhado de exercício físico.

Existem atualmente muitos produtos alimentares enriquecidos com proteína whey, deste iogurtes a barras energéticas. É importante analisar bem os rótulos a fim de entender corretamente a origem e a qualidade da proteína que estamos a consumir, e entender que o consumo deste tipos de produtos e suplementos deve acompanhar a prática regular de exercício físico e que deve ser pontual e não indiscriminado.

1. Davis, R. et al. The Effect of Whey Protein Supplementation on the Temporal Recovery of Muscle Function Following Resistance Training: A Systematic Review and Meta-Analysis. Disponível em: pubmed.gov, National Library of Medicine. 2018. Acesso em: 1 nov. 2023.

2. Vasconcelos, Q. et al. Whey protein supplementation and its potentially adverse effects on health: a systematic review. Disponível em: pubmed.gov, National Library of Medicine. 2021. Acesso em 1 nov. 2023.

3. Mertz, K. et al. The effect of daily protein supplementation, with or without resistance training for 1 year, on muscle size, strength, and function in healthy older adults: A randomized controlled trial. Disponível em: pubmed.gov, National Library of Medicine. 2021. Acesso em 1 nov.

Dra. Ângela Araújo

Técnica de Farmácia

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Probióticos: o que são e porque devemos suplementar.

Ao longo dos anos foi sendo demonstrada a eficácia dos probióticos na saúde do intestino e não só, na saúde em geral.

Os probióticos são microrganismos vivos não patogénicos que visam manter e/ou restabelecer o equilíbrio microbiano principalmente do trato gastrointestinal1. No intestino acontece a maioria da absorção de nutrientes e os processos de excreção da digestão, estando este povoado de bactérias benéficas que não apenas auxiliam à digestão do alimentos mas também protegem o intestino de agentes patogénicos que provocam doença.

A Flora microbiana

Quando esta flora microbiana é alterada, seja pela toma de medicamentos (antibióticos que atacam não só as bactérias que estão a provocar a doença em causa, mas também matam as bactérias que povoam o nosso intestino e que são benéficas para nós) seja por doença, infeção por rotavírus que provoca diarreias2, síndrome do cólon irritável, doença de Crohn, colite, etc1

Estes microrganismos estabilizam a flora intestinal auxiliando os processos digestivos, diminuindo o inchaço abdominal e a formação de gases, traduzindo-se também um trânsito intestinal mais regulado.

Diferentes Formulações

As formulações dos suplementos alimentares variam em composição e em quantidade de unidades de bactérias devendo ser adequadas por um profissional às necessidades que queremos corrigir.

De qualquer forma o beneficio da toma destes suplementos não se extingue no trato gastrointestinal, no entanto é nele que residem mais problemas passiveis de ser corrigidos com probióticos.

Também se provou que a suplementação com probióticos acrescentava benefício no tratamento de candidíases vulvovaginais3, sendo que a vagina também é revestida por bactérias que protegem o sistema reprodutor feminino da ação de agentes patogénicos. A toma de antibióticos, o stress, as variações hormonais, o uso de produtos de higiene abrasivos, etc., tendem a alterar a flora vaginal levando ao aparecimento das candidíases oportunistas que tanto desconforto causam às senhoras, na sua grande maioria, não estando os homens livres de também as manifestarem.

A toma de probióticos, seja para tratamento imediato de doença intestinal ou para manter o equilíbrio do intestino e auxiliar os processos digestivos, só acrescenta benefício e saúde.

  • 1, Madsen, K. The use of probiotics in gastrointestinal disease. Disponivel em: pubmed.gov, National Library of Medicine. 2001. Expressão disponível em:. 2022 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/11773948/ . Acesso em: 24 set
  • 2. Sarowska, J et al. The therapeutic effect of probiotic bacteria on gastrointestinal diseases. Disponível em: pubmed.gov, National Library of Medicine. 2013. Expressão disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24285463/. Acesso em: 24 set. 2022
  • 3. Malgorzata, M. et al. The role of diet and probiotics in prevention and treatment of bacterial vaginosis and vulvovaginal candidiasis in adolescent girls and non-pregnant women. Disponivel em: pubmed.gov, National Library of Medicine. 2020. Expressão disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32779162/ . Acesso em: 24 set. 2022

DraAngelaAraujo

Dra. Ângela Araújo Técnica de farmácia

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CARÊNCIA DE VITAMINA D E SINTOMAS

Em 2020 foi publicado na revista Archives of Osteoporosis um estudo que procurou analisar o défice de Vitamina D na população portuguesa, tendo sido constatado que apenas um em cada três portugueses apresentam níveis normais desta vitamina, e que a sua carência é um problema de saúde pública de nível mundial que em Portugal é ainda desvalorizado.

As consequências mais evidentes deste défice são problemas ósseos e musculares, com uma maior propensão para fraturas com pequenos  traumatismos e, nos casos graves, podem surgir dores ósseas e musculares espontâneas, falta de forças e cãibras.

Segundo o National Health and Nutrition Examination Survey, foi ainda encontrada uma relação causa efeito entre maior risco de episódios depressivos e deficiência de Vitamina D.

O mecanismo através do qual a vitamina D desempenha o seu papel na saúde mental ainda não é claramente compreendido, mas sabe-se que a vitamina D, na sua forma ativa, aumenta o metabolismo da glutationa nos neurónios, portanto, promove a atividade antioxidante que os protege de processos oxidativos degenerativos. Além disso, contribui para a produção ativa de dopamina, um neurotransmissor responsável pela sensação de prazer e motivação.

A alimentação tem um contributo escasso para suprir as necessidades fisiológicas desta vitamina, especialmente através de peixes gordos selvagens, gema de ovo e alguns cogumelos.

A exposição solar e a suplementação são as duas outras formas de conseguir atingir os níveis ideais de vitamina D.

FONTES:

International Archives of Medicine, 2010, 3:29 doi:10.1186/1755-7682-3-29

Duarte, C., Carvalheiro, H., Rodrigues, A.M. et al. Prevalence of vitamin D deficiency and its predictors in the Portuguese population: a nationwide population-based study. Arch Osteoporos 15, 36 (2020).

https://doi.org/10.1007/s11657-020-0695-x

Dra. Armanda Araújo
Dra. Armanda Araújo
Nutricionista – 5141N

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Notícias Saúde
– especialmente para si, que gosta de cuidar da sua saúde
Estudo defende que a causa da obesidade são os hidratos de absorção rápidaSempre ouvimos dizer que o excesso de peso é o resultado de comer demais e, para manter um peso estável, temos de queimar tantas calorias quantas ingerimos. No entanto, não é assim tão simples, de acordo com 17 cientistas que recomendam um plano alimentar equilibrado e nutrientes essenciais como armas na batalha à obesidade.De acordo com um grupo de cientistas que lideraram um estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition, o modelo de equilíbrio de energia deve dar lugar a um modelo alternativo – o modelo carbohidrato-insulina.

Os cientistas defendem que comer em excesso não é a causa da obesidade, mas sim um indicador de uma alimentação inadequada que faz aumentar o armazenamento de gordura e a comer mais do que realmente precisamos.
A epidemia da obesidade continua. David Ludwig, professor e endocrinologista de Harvard e principal autor do estudo, refere que o modelo de balanço energético não ajuda a entender as causas biológicas do aumento de peso e, por isso, qualquer recomendação no sentido de reduzir a ingestão de alimentos e queimar mais calorias não é suficiente para lidar com o problema da obesidade.

Nos Estados Unidos da América, mais de 40% da população é obesa, e os europeus estão a seguir o mesmo caminho. A obesidade é uma das maiores epidemias do século XXI e as estratégias para resolver este problema não têm sido bem sucedidas. 
Tudo começa com a alimentação erradaDavid Ludwig diz ao site nutrition.org que quando consumimos hidratos de carbono processados, o corpo aumenta a produção de insulina e diminui a produção de glucagon. O glucagon é a hormona responsável por garantir que o açúcar é convertido em energia.

A redução do glucagon faz com que o metabolismo fique mais lento e armazene gordura nas células. O cérebro percebe que o corpo não está a receber energia suficiente e o apetite aumenta. Ou seja, o problema não começa com a ingestão excessiva de alimentos mas sim com a ingestão alimentos que estimulam demasiado a insulina e reduzem o glucagon.
O açúcar no sangue é fundamentalDurante anos, a ciência tem-se concentrado nos níveis de açúcar no sangue como a chave para evitar comer em excesso. Ter níveis de açúcar no sangue estáveis ajuda a manter o apetite equilibrado, enquanto que a flutuação do açúcar no sangue torna difícil manter-se longe dos doces e dos hidratos de carbono de absorção rápida. De facto, o novo modelo de carbohidrato-insulina, que os cientistas referem no que respeita à obesidade, foca-se realmente nestes desafios.

O crómio é um dos nutrientes que desempenha um papel fundamental na gestão da glicemia, uma vez que contribui para a manutenção dos níveis normais de açúcar no sangue.
Crómio orgânicoNormalmente, obtemos crómio a partir de fontes alimentares variadas como carne, bananas, cereais integrais, brócolos, e feijão verde. Uma alimentação equilibrada é, portanto, essencial se pretende obter quantidades suficientes deste nutriente.

BioActivo Crómio é um suplemento nutricional de elevada qualidade, que contém uma levedura de crómio única e muito bem documentada – ChromoPrecise. A maioria das fontes de crómio presente nos suplementos tem uma capacidade de absorção relativamente baixa e são difíceis de ser utilizadas pelo organismo. Contudo, estudos clínicos mostram que o ChromoPrecise é facilmente absorvido no sangue. É devido à sua absorção documentada que esta levedura de crómio em particular tem sido utilizada em múltiplos estudos publicados. 

BioActivo Crómio contém 100 microgramas de crómio orgânico em cada comprimido e é uma forma fácil de assegurar uma ingestão suficiente deste micronutriente essencial que ajuda a manter níveis estáveis de açúcar no sangue.
Fontes:
David S Ludwig, Louis J Aronne, Arne Astrup, Rafael de Cabo, Lewis C C Cantley, Mark I Friedman, Steven B Heymsfield, James D Johnson, Janet C King, Ronald M Krauss, Daniel E Lieberman, Gary Taubes, Jeff S Volek, Eric C Westman, Walter C Willett, William S Yancy, Jr, Cara B Ebbeling, “The carbohydrate-insulin model: a physiological perspective on the obesity pandemic”, The American Journal of Clinical Nutrition, 2021;, nqab270. nutrition.org